Milho (Zea mays L.), praticamente impossível alguém não conhecer o tamanho do seu valor para a agricultura, assim como seu apelo no setor de alimentos, já que é parte fundamental para a indústria alimentícia.
Atualmente, tem sido cada vez mais difícil manter a qualidade x produtividade em dia, fatores ligados à fertilidade do solo, arranjo espacial, doenças, uso de genótipos, práticas de manejo inadequadas e principalmente as pragas, afetam diretamente a produção.
Para auxiliar no manejo correto elencamos as 5 piores pragas do Milho, leia abaixo todas as informações sobre elas e prepare sua lavoura!
Lagarta-elasmo: Elasmopalpus lignoselus (Zeller, 1848) (Lepidoptera: Pyralidae).
Característica: Desenvolvidas medem cerca de 15 mm e têm coloração verde-azulada com estrias transversais marrons, purpúreas ou pardo-escuras. Na sua forma adulta da lagarta-elasmos é uma pequena mariposa.
Período Larval até a fase adulta: 28 dias
Sintomas/Danos: A lagarta-elasmo juntamente com a lagarta-do-cartucho vem se tornando uma das principais pragas da cultura do milho, muito observada em solos arenosos em períodos secos. As lagartas recém eclodidas iniciam o dano raspando as folhas e dirigindo-se para região do coleto da planta, criando galeria no caule, podendo resultar na redução do desenvolvimento e até a morte.
Formas de controle: Formas de controle: Semente de qualidade e boa sanidade, tratamento de semente e monitoramento adequado nos primeiros dias após a geminação.
Lagarta Elasmo – Foto: Ivan Cruz – Embrapa Milho e Sorgo
2. larva-alfinete, vaquinha ou brasileirinho: Diabrotica speciosa (Germar, 1824) (Coleoptera: Chrysomelidae)
Característica: As fases imaturas das pragas são encontradas no solo. Os ovos são colocados na base da planta, próximo às raízes. São esbranquiçadas com a cabeça e o ápice de abdome de coloração preta. O adulto é de coloração verde-amarela, por isso denominado “vaquinha verde-amarela ou patriota”.
Sintomas/Danos: Na sua forma larval elas atacam as raízes das plantas, podendo causar danos no sistema radicular, interferir na absorção de nutrientes e água, reduzindo a sustentação das plantas. O ataque ocasiona o acamamento das plantas em situações de ventos fortes e de alta precipitação pluviométrica. Na forma adulta elas pode atacar diversa culturas, causando perfurações e cortes em brotações, folhas, botões florais e flores. O prejuízo causado por essa larva tem sido expressivo nos estados do Sul e em algumas áreas das regiões Sudeste e Centro Oeste.
Formas de controle: O método de controle mais usado no Brasil é o uso de inseticidas químicos aplicados via tratamento de sementes, granulados e pulverização no sulco de plantio.
larva-alfinete os danos causados ao Milho | Foto: Ivan Cruz – Embrapa Milho e Sorgo
3. Percevejo-castanho: Scaptocoris castanea (Perty, 1830) (Hemiptera: Cydnidae) e Atarsocoris brachiariae (Becker, 1996) (Hemiptera: Cydnidae)
Característica: Os adultos têm corpo oval com cerca de 1 cm de comprimento e cor amarelada. As ninfas são mais claras e têm coloração esbranquiçada.
Ciclo biológico: entre de 10 a 12 meses.
Sintomas/Danos: As ninfas e os adultos alimentam-se das raízes e sugam a seiva, causando sintomas de deficiência nutricional e hídrica. A ocorrência deste inseto pode ser esporádica. O ataque do percevejo-castanho causa o definhamento e a morte da planta. Os danos causados podem ser observados em reboleiras.
Formas de controle: A aração com arado de aiveca é o que apresenta maior eficiência no controle do percevejo-castanho. O fungo Metarhizium anisopliae é um agente de controle biológico da praga. O controle químico já é um método mais difícil de ser realizado, devido que os insetos ficam até 30 cm de profundidade, e a recomendação de uso de inseticidas tem sido preventiva.
Danos do percevejo-castanho em raízes de milho. Foto: Ivan Cruz – Embrapa Milho e Sorgo
4. Lagarta-do-cartucho, lagarta-militar ou Lagarta-da-espiga: Spodoptera frugiperda (J. E. Smith, 1797) (Lepidoptera: Noctuidae)
Característica: A lagarta-da-espiga é considerada uma das mais importantes pragas de milho. O ciclo de vida da lagarta é de 30 dias em condições favoráveis, e o número de ovos pode variar de 100 a 200 por postura/ fêmea. Larvas recém-eclodidas têm a cabeça preta e o corpo de cor clara, ficando mais escura a partir dos 3 dias. Após 3 a 4 dias ocorre a eclosão das larvas que começam a alimentar-se da planta. A medida que elas se desenvolvem, penetram no interior da espiga e iniciam a destruição dos grãos em formação. Larvas completamente desenvolvidas medem 35 mm e a cor varia de cinza-escuro a marrom-escuro; têm um “Y” invertido na cabeça.
O inseto adulto é uma mariposa com cerca de 40 mm, as asas anteriores são de coloração amarelo-pardo, com uma faixa transversal mais escura. A fêmea coloca seus ovos em qualquer parte da planta, mas de preferência nos “cabelos”.
Duração do período larval é de 13 a 15 dias.
Fase de pupa: Em torno de 8 a 10 dias.
Sintomas/Danos: A lagarta-da-espiga causa dano consumindo folhas. As larvas mais novas consomem tecidos de folha de um lado. Depois do segundo ou terceiro instar, as larvas começam a fazer buracos nas folhas. Alimentando-se do cartucho das plantas de milho, geralmente produzem a característica de uma fileira de perfurações nas folhas. Na fase inicial do cultivo, pode causar sintomas semelhante aos da lagarta-rosca. Na espiga, esta lagarta penetra pela ponta e meio da espiga. Além do prejuízo causado pela lagarta-da-espiga, seu ataque favorece a infestação de outras pragas, tais como, o caruncho, Sitophilus zeamais e a traça, Sitotroga cerealella.
Formas de controle: Monitoramento – Armadilhas de feromônio é recomendado para o monitoramento da população de adultos.
O controle cultural – São mais empregados em áreas de plantio direto. Desta forma, haverá a exposição de pupas no solo, diminuindo a emergência de adultos.
O controle químico – É feito em conjunto com o monitoramento desta praga na cultura, e é realizado quando forem constatados 10% de plantas atacadas. Deve-se fazer dessecação antecipada para evitar que se tenha alguma lagarta no hospedeiro anterior que cause problemas.
Lagarta-do-Cartucho e os dados causados. Foto: Lucas Casagrande
5. Pulgão do milho: Rhopalosiphum maidis
Característica: O Pulgão-do-milho é um inseto, que vivem em colônias. Possuem corpo alongado de coloração amarelo-esverdeada ou azul-esverdeada. As formas aladas, que apresentam asas hialinas transparentes, são menores que as formas ápteras.
O pulgão-do-milho é um inseto sugador de seiva do floema e apresenta aparelho digestivo provido de uma estrutura chamada câmara filtro. Estes insetos, não introduzem toxina durante sua alimentação, e quando se alimentam em grandes colônias, eliminam uma boa quantidade do excremento açucarado (honeydew), que ao cair nas folhas favorece o desenvolvimento de fungos.
Qualquer variedade de milho pode ser atacada por pulgão, sendo que os maiores danos são observados no período de pendoamento da cultura, causando falhas na polinização e o aparecimento de espigas estéreis ou incompletas.
O ciclo biológico: Em torno de 20 e 30 dias
Sintomas/Danos: Em plantas totalmente atacadas, pode-se observar a murcha, encarquilhamento e clorose das folhas.
Formas de Controle: Controle Natural – Geralmente têm grande número de inimigos naturais, como parasitóides (Aphidius sp.), predadores (joaninhas, larvas de sirfídeos, tesourinha e crisopídeos) e doenças fúngicas. Os parasitóides colocam seus ovos em ninfas de pulgões, fazendo com que os pulgões atingidos se tornem “congelados”.
Monitoramento e escolha de híbridos: Diagnóstico precoce da presença da praga é uma estratégia eficaz para o seu controle. Assim, pode evitar altas populações. A escolha de híbridos que tenha uma maior resistência ao ataque da praga pode gerar bons resultados.
Controle Químico: Inseticidas a base de neonicotinóides tem demonstrado resultados expressivos em nível de campo, porém, é preciso sempre respeitar o intervalo de carência.
Foto 1: Simone Mendes – Sistema de Produção Embrapa | Foto 2: Piotr Trebicki
Entendemos que o controle das pragas, independente da cultura, precisa ser efetivo e para que isso ocorra é preciso ter em mãos as informações na hora certa, qualquer uso de defensivos fora do timing pode ocasionar em perda de produtividade e um impacto econômico muito grande. Para lidar com todas essas questões e estar com sua lavoura preparada é importante abrir as portas da fazenda para o uso da tecnologia, são diversos modos de cuidar e otimizar sua plantação. E nós podemos te ajudar com isso, fale conosco!
Artigo: Lucas Casagrande – Engenheiro Agrônomo/Checkplant
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