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Manejo de culturas de inverno

Atualizado: 21 de jul. de 2023

As culturas de inverno são uma ótima opção nos sistemas de produção de grãos, trazendo benefícios ao produtor de maneira direta, com o retorno financeiro da colheita e, indireta, com a melhoria no ambiente de produção. No entanto, para que os benefícios sejam alcançados, é necessário que alguns cuidados sejam tomados no manejo dessas culturas.

Inicialmente, vale reforçar que, apesar de serem conhecidas como culturas de inverno, se enquadram nessa categoria as lavouras cultivadas entre os meses de janeiro a outubro, em sucessão à lavoura de grãos do verão. Nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, as culturas de inverno são, geralmente, conduzidas após as lavouras de milho ou soja do verão.

Generalizar as práticas de manejo é uma tarefa impossível, considerando a diversidade de espécies cultivadas nesse período. Entre as principais espécies, destacam-se trigo, aveia, centeio, sorgo, crotalária, braquiária, girassol, canola, entre outras.


Conhecer as características climáticas de cada região produtora é o passo inicial na escolha da espécie a ser cultivada. Algumas gramíneas como trigo, aveia, centeio se desenvolvem bem nos invernos mais amenos da Região Sul. Já nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, somente algumas cultivares de trigo melhoradas geneticamente se desenvolvem no inverno da região que, em raras ocasiões, registra temperaturas amenas. Nessas regiões, são comuns lavouras de plantas de cobertura (cultivadas com o intuito de gerar biomassa), sorgo, milheto, girassol e feijão. Confira, a seguir, as principais espécies recomendadas em função da cultura antecessora e sucessora, de acordo com Fancelli (2008).

Planilha 1

Na implantação da cultura, é vital priorizar a qualidade da semeadura, utilizando sementes com boa procedência. Escolher sementes certificadas minimiza problemas com patógenos ou plantas daninhas provenientes da lavoura de produção dessas sementes.


Quanto às exigências nutricionais, se engana quem pensa que as culturas de inverno não necessitam de manejo adequado. Tanto para culturas que produzem grãos quanto para aquelas que são cultivadas para melhorar o ambiente de produção, a utilização de fertilizantes e corretivos é essencial para que as culturas atinjam seu potencial produtivo, além de um maior crescimento que se traduz em intensificação dos benefícios ao solo e às culturas da sucessão. Com o objetivo de aportar Nitrogênio ao sistema, recomenda-se a prática de inoculação das sementes de gramíneas com bactérias do gênero Azospirillum. Ainda, a fim de se otimizar os benefícios da rotação de culturas ao sistema produtivo, recomenda-se a alternância de espécies vegetais que apresentam exigências nutricionais distintas.


O manejo de plantas daninhas é outro aspecto de grande importância, principalmente quando consideramos os benefícios ao sistema produtivo. A utilização de espécies de famílias distintas da cultura de verão permite a utilização de diferentes princípios ativos de herbicidas de pré ou pós-emergência. Além disso, alterar o adensamento e o espaçamento da cultura de inverno auxilia na supressão de plantas daninhas, em função da competição pela luz.


Os cuidados com pragas e doenças devem começar desde o planejamento, com a alternância de espécies que não apresentem suscetibilidade a patógenos e a insetos-praga comuns à cultura de verão. Visando a diminuição da população dos principais nematoides, a exemplo dos gêneros Heterodera, Meloidogyne e Pratylenchus, as espécies de cultura de inverno mais indicadas são as crotalárias e as braquiárias.  


Para o manejo de pragas e doenças, devem ser utilizados inseticidas e fungicidas registrados para a cultura em questão, seguindo as recomendações presentes na bula. No entanto, não são muitas as opções de produtos registrados para algumas dessas culturas, principalmente aquelas menos comuns. Por fim, é importante se atentar sempre às boas práticas no uso de produtos fitossanitários e da necessidade de se rotacionar modos de ação dos defensivos, como estratégia para desacelerar a seleção de populações resistentes que poderão causar problemas tanto nas culturas de inverno quanto nas de verão.


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