Nome científico: Anthonomus grandis
O bicudo-do-algodoeiro, conhecido pelos produtores como o “câncer da cotonicultura”, é a praga de maior ocorrência e que causa mais danos às culturas de algodão. Sua capacidade de destruição é de 70% da lavoura em uma única safra. Esta taxa de dano se dá em função da grande habilidade reprodutiva, da destruição que causa à plantação e ao produto final destinado ao comércio e, também, pela dificuldade de controle. É responsável por mais de 50% dos gastos em inseticidas nas produções do Centro-Oeste do País.
Para controlar a sua ação, agricultores chegam a gastar US$ 100 a US$ 150 a mais por hectare. O bicudo-do-algodoeiro apresenta coloração castanha quando jovem e cinza quando se torna mais velho. As mandíbulas afiadas são responsáveis pela perfuração do botão floral. O nome se dá pelo alongamento da cabeça, o que forma uma espécie de bico. Essa é uma característica marcante da praga. O par de antenas apresenta forma de V.
Ciclo biológico: os ovos têm coloração esbranquiçada e medem 0,8mm de comprimento, em média. A forma pode variar. A saída das larvas ocorre de três a quatro dias após a postura. As larvas são brancas, com a cabeça em tons pardos, apresentando de cinco a sete milímetros de comprimento, e surgem dentro dos botões florais.
As larvas alimentam-se do interior dos botões por um período de sete a 12 dias e transformam-se em pupas em seguida. As pupas são de cor branca a creme e é possível ver parte do corpo adulto, como o rostro, pernas e asas. Esta fase dura de três a cinco dias.
Os adultos, cinzas ou castanhos, medem sete milímetros de comprimento e são cobertos por pelos pequenos e dourados. Tem dois espinhos no fêmur, peculiaridade importante para identificação. Esta fase pode durar de 20 a 40 dias, sendo que as fêmeas têm longevidade de 20 a 30 dias, em média.
As fêmeas põem dois ovos por dia no interior dos botões florais. Isto acontece como forma de protegê-los de predadores e de qualquer dano causado pela ação do clima. O bicudo-do-algodoeiro pode apresentar de três a sete gerações durante uma mesma safra.
Partes afetadas: botões florais
Fases em que ocorre o ataque: floração
Danos: o ataque acontece nos botões florais, com perfurações que ocasionam a sua destruição completa. Amarelecimento e queda dos botões também são características da ação da praga. Caso o ataque não seja impedido desde o início, o campo fica infestado pela praga e os efeitos são irreversíveis.
Dicas para controle da praga: um monitoramento preciso é capaz de registrar a presença do bicudo-do-algodoeiro na lavoura, determinando se será necessário investir no controle da praga. É válido usar defensivos em conjunto com o controle biológico. Para evitar gastos desnecessários, a precisão do controle é indispensável.
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