Nome científico: Scaptocoris castanea
Branco quando jovem e marrom-claro quando adulto, o percevejo castanho é um inseto subterrâneo que suga a seiva da raiz do algodoeiro. É uma espécie polífaga, ou seja, pode atacar diversas culturas como sorgo, milho, soja e pastagens.
Na hora de abrir os sulcos o percevejo castanho é prontamente identificado pelo cheiro desagradável exalado.
O inseto adulto tem de 7 a 9 mm de comprimento e até 5 mm de largura, com as patas anteriores adaptadas para escavar. O percevejo castanho é encontrado no solo – predominantemente em solo arenoso – o ano todo e tem duas gerações anuais. Quando há abundância de água, os insetos adultos afloram na superfície e saem para acasalar nos finais da tarde, coincidindo com o período de cultivo do algodão.
Além disso, se houver cultivos de soja nas proximidades da lavoura do algodão, esta fica sujeita ao ataque de percevejos da soja (percevejos verde, marrom e pequeno) que, após a colheita, tendem a migrar para áreas com o algodoeiro.
Ciclo biológico: o percevejo castanho tem reprodução sexuada e passa pelas fases de ovo, ninfa e adulto, num ciclo de vida de 10 a 12 meses. As ninfas, brancas e com até 5 mm de comprimento, vivem entre 4 e 5 meses. Quando adulto,vive de 5 a 7 meses. As fêmeas põem os ovos no solo e usam as raízes da planta hospedeira para proteção.
Partes afetadas: em função da sucção, toda a planta é ameaçada, podendo apresentar-se murcha, amarela, seca e menor.
Danos: ninfas e adultos sugam continuamente a seiva levando a planta a definhar, secar e morrer. Pode ser necessário o replantio em caso de ataque intenso e as plantas que sobrevivem ficam com o desenvolvimento comprometido: pode-se notar claramente a diferença de porte e de capacidade de produção de estruturas florais e entre áreas atacadas e não atacadas da cultura. Destaca-se o maior dano causado pelas ninfas, que durante a sucção inoculam um componente tóxico nas plantas que pode bloquear a rebrota e matar a planta. As raízes também podem exibir manchas escuras.
Dicas para controle da praga: depois da colheita da cultura anterior, em áreas infestadas, deve ser feita a subsolagem, a aração e, a seguir, duas gradagens: a ação mecânica dos implementos e a exposição de adultos e ninfas ao sol e aos inimigos naturais reduz a população dos insetos. É importante fazer o monitoramento preciso para ter informações como o nível de infestação e o estágio de crescimentos dos insetos. Em áreas com histórico de infestação por esta praga, é aconselhável fazer amostragem do solo cerca de 20 dias antes da semeadura: se for detectada a presença do percevejo castanho, pode se repensar a área para cultivar o algodoeiro.
A rotação, utilizando culturas menos atacadas pelo percevejo como a mamona e o girassol, pode ser uma opção em áreas historicamente infestadas. O controle químico nem sempre se mostra eficiente, pois é preciso boas condições de umidade do solo durante as aplicações.
Como um dos fatores que colabora para a presença deles é a manutenção de hospedeiros, uma boa estratégia é manter a área sem plantas durante a entressafra para eliminar as ninfas e os adultos.