Nome científico: Aphis gossypii
O pulgão Aphis gossypii, também chamado pulgão do algodoeiro, é um inseto com cerca de 1,3 mm de comprimento e cores variando do amarelo-claro ao verde-escuro, esta predominante nos adultos. Têm enorme capacidade de reprodução, que ocorre sem necessidade do macho (partenogênese), e apresentam formas com e sem asas. Quando a população cresce muito e começa a faltar comida, surgem os pulgões com asas que criam novas colônias ao voarem para outras plantas em busca de alimento.
O pulgão é uma das primeiras pragas a ocorrer no algodoeiro, podendo ser percebido logo depois da germinação. Eles ficam em plantas silvestres ou cultivadas ao longo do ano, e as fêmeas com asas se deslocam para o algodoeiro quando se estabelecem as lavouras.
Ciclo biológico: o ciclo biológico do pulgão se completa em cerca de dez dias. Uma fêmea adulta pode dar origem a 100 pulgões jovens.
Principais danos: sugadores de seiva, os pulgões enfraquecem o algodoeiro com a sucção constante e grandes infestações podem paralisar temporariamente o seu crescimento. Os pulgões excretam um líquido açucarado que, além de atrair formigas, favorece o surgimento sobre as folhas e maçãs de um fungo escuro (fumagina). Na fase final da cultura, a fumagina desvaloriza a planta.
Os pulgões apresentam ainda o risco de serem vetores do “Vermelhão” e do “Mosaico das Nervuras”, duas viroses. E se levarmos em consideração as perdas quantitativas e qualitativas apenas – sem contar os prejuízos no caso de uma virose –, pulgões não controlados podem reduzir a produção em até 44%.
Pulgões não controlados podem reduzir a produção do algodão em até 44%
Sintomas das viroses: o “Vermelhão” cria manchas avermelhadas entre as nervuras (que continuam verdes) das folhas, afetando mais a metade inferior das plantas. Ocorre esporadicamente e causa prejuízos em pequena escala.
Já o “Mosaico das Nervuras” provoca um amarelecimento ou palidez que aparece como um mosaico sobre as folhas. Além disso, os bordos das folhas ficam curvados e com rugosidades. Pode ocorrer em qualquer fase de desenvolvimento da planta e, se for no início, pode até provocar a perda total da produção.
Partes afetadas: brotos, folhas, maçãs, caule, capulhos
Fases em que ocorre o ataque: as infestações de pulgões do algodoeiro ocorrem principalmente dos 30 aos 70 dias de idade da planta, ou seja, desde cedo e até o surgimento dos primeiros capulhos.
Dicas para controle da praga: o controle do pulgão vai depender bastante do nível de suscetibilidade da cultura às viroses: algodoeiros resistentes podem ter até 70% de infestação, no caso do Mosaico de Nervura, enquanto as culturas mais suscetíveis não devem ter mais que 10% de plantas com pulgões.
Após fazer o monitoramento preciso para ter informações como o nível de infestação e o estágio de crescimentos dos insetos, algumas medidas são: tratar as sementes ou usar inseticidas no solo, eliminar as plantas hospedeiras do pulgão na área de cultivo, destruir as soqueiras logo depois da colheita, erradicar as primeiras plantas com sintomas de Mosaico das Nervuras e fazer a semeadura simultânea entre talhões vizinhos.
O tempo quente, nublado e úmido, além da ausência de inimigos naturais, favorecem as infestações de pulgões. Já as chuvas fortes reduzem as populações. Eliminar ervas daninhas hospedeiras, restos de cultura do algodão ou plantas voluntárias reduz os focos iniciais de pulgão.
Os pulgões têm diversos inimigos naturais como vespas e joaninhas que costumam diminuir as populações. No caso de controle químico, é importante atentar para não destruir estes inimigos naturais, bem como alternar os produtos para evitar que o pulgão crie resistência aos inseticidas utilizados
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